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sexta-feira, 19 de março de 2010

Alegoria das Cavernas

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Quando escrevi que a capacidade histriônica do secretário de Administração e Finanças de Jaraguá do Sul é tão acachapante que consegue se superar a cada dia, não disse simplesmente por dizer, mas porque efetivamente ele tem esse atributo. Aliás, ouvi dizer que ele ocupa dois gabinetes no paço municipal, um para ele, outro para sua ego-personalidade.

O histrionismo lhe é inerente, visceral, está em seu âmago e volto a dizer com todas as letras que o cinema e a televisão perderam um grande ator. Esse senhor compareceu à CEI da Schützenfest e disse com todas as letras que a prestação de contas efetuada pela Administração Pública na Acijs era uma farsa. Sim, foi ele quem disse, eu vi na transmissão ao vivo da TV Câmara: ele disse “foi uma farsa”. Agora eu pergunto, esse circo todo foi armado a troco de quê? Associação Comercial e Industrial é vítima de estelionato, no caso peculato, e fica por isso mesmo, faz parte do show?

Quero lembrar ao secretário que a Administração Pública tem que prestar contas à Câmara de Vereadores e não à Acijs, ou mudou a lei e a Constituição e não nos avisaram que o legislativo funciona agora na Acijs? Afora todos esses equívocos, lembrei-me que no afogadilho de uma publicação o senhor secretário disse que sou estrangeiro e que devo ser denunciado à Polícia Federal. Só quero lembrar ao senhor secretário que, a exemplo de tantos outros brasileiros, eu vim sim de outro Estado da Federação, mas isso não me faz, senhor xenófobo, um estrangeiro. E mesmo que fosse, ainda assim, o senhor teria que dever-me respeito, o mesmo respeito que o senhor não teve e não tem para tratar o vice-prefeito e os 200 servidores públicos que o senhor chamou de vagabundos. Aliás, não me surpreende mais nada, depois que o ex-secretário Raulino disse com todas as letras à CEI, que para o senhor “toda mulher é vagabunda e todo homem, ladrão”.

À guisa de esclarecimento, não se esconda atrás do senhor Wandér Weege. Não ofendo esse notável empresário, em momento algum, apenas mencionei o que consta de um documento público, onde sua esposa propõe negócio de aluguel de camarotes da Schützenfest, e está documentado. No mais, o senhor pediu sim a rescisão de meu contrato de assessoria jurídica da Arsepum (Associação Recreativa dos Servidores). Há uma fita gravada que prova isso, no mesmo dia em que o senhor disse que os vereadores foram uns cômodos que só votaram sob pressão o caso da Arsepum, também gravado.

Pois bem, quem é o histrião agora? Antes que esqueça: a Arsepum não faliu, e nem a Diretoria renunciou, quem renunciou foram o presidente e o vice que o senhor tentou aliciar e não conseguiu. Se houver alguma dúvida peça a cópia das peças que estão com o Ministério Público onde há uma representação por Improbidade Administrativa contra vossa senhoria e a prefeita.

Platão, muito antes de Calígula nomear seu cavalo “Incitatus” senador e de Karl Marx enunciar que “tudo que é sólido desmancha no ar”, escreveu a “Alegoria das Cavernas”. Penso que estamos vivendo o divisor de águas, estamos no limite, o povo de Jaraguá do Sul, quer sejam trabalhadores e empresários, tem que inexoravelmente fazer a opção: ou sair da caverna e enfrentar a vida, seu colorido e seus desafios; ou passar o resto dos tempos acorrentado aos ditames de uma família que custa aos cofres públicos mais de meio milhão de reais por ano, para patrocinar as fanfarronices que está fazendo, para dizer pouco. A propósito, senhor secretário: covarde é quem cala ante a sesquipedal incompetência, toda ela recheada de desmandos e documentada.

Airton Sudbrack (advogado e assessor jurídico do Centro de Direitos Humanos de Jaraguá do Sul)
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